São Paulo, 4 de Novembro de 2008
O dólar comercial fechou o primeiro pregão de novembro em alta, apesar das intervenções do Banco Central (BC). Em uma sessão marcada pela volatilidade, o dólar comercial terminou o dia com avanço de 0,56% para R$ 2,17 na venda, na segunda sessão consecutiva de alta após as quatro baixas seguidas da semana passada. A moeda norte-americana acumula ganhos de 23,18% no ano.
A autoridade monetária interveio no mercado cambial duas vezes, uma por meio de um leilão de swap e outra pela venda de dólares no mercado à vista sem compromisso de recompra. No swap cambial, dos 22 mil contratos ofertados, 15 mil foram absorvidos, movimentando um total de US$ 838,3 milhões.
Segundo o diretor da corretora de câmbio NGO, Sidnei Nehme, a pressão sobre a cotação do dólar no mercado futuro continua. "A maioria das empresas e dos fundos de hedge estrangeiros não desmontaram suas posições de comprados", alerta.
No entanto, Nehme acha realista a expectativa do mercado de que o dólar encerre o ano em R$ 1,95 apontada no boletim semanal Focus do BC. "Se o BC conseguir desmontar essas posições de comprados ele conseguiria levar o dólar a um patamar abaixo de R$ 2", estima.
Nehme lembra que a valorização do dólar frente ao real já surte efeitos nos índices de inflação. Ontem, foi anunciado que o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) subiu 0,47%, o maior resultado desde a quarta semana de julho.
Para o economista, o BC deveria mudar a dinâmica do leilões de dólar que vem promovendo no mercado. "A questão não é definir os montantes que serão ofertados e sim ouvir as demandas do mercado, os prazos dos contratos, os volumes...", afirma. No mercado de juros futuros, os contratos encerraram a primeira sessão da semana em queda. O contrato DI de janeiro de 2009 registrou taxa anual de 13,73%, ante 13,76% do ajuste anterior, sinalizando que o mercado acredita que o Comitê de Política Monetária (Copom) manterá inalterada a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano na última reunião do ano.
O DI de janeiro de 2010, o mais líquido, ficou estável em 15,60% ao ano. O contrato de dezembro ficou com juro de 13,65%, contra 13,69% do ajuste anterior. Janeiro de 2009 apontou taxa anual de 13,73%, frente aos 13,76% do fechamento de sexta-feira.
Ana Cristina Góes
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