DOIS ANOS de crescimento acelerado, com taxa acima de 5%, são preciosos para o país. Vivemos esse momento, com expansão de produção e emprego, a despeito de obstáculos ainda impostos pelo custo do dinheiro.
Mas esse período de desenvolvimento já expôs fragilidades. Pela própria cultura do brasileiro, muito mais voltada à improvisação do que ao planejamento, e por razões burocráticas, as grandes obras em geral tendem a patinar durante anos. Porém, se quisermos sustentar o ritmo de expansão da produção, será indispensável incorporar respeito a cronogramas e agilidade aos investimentos, principalmente em infra-estrutura.
Na semana passada, o presidente Lula lançou oficialmente as obras do Arco Rodoviário do Rio de Janeiro, que deverão começar na primeira quinzena de junho. Essa obra, já iniciada com a duplicação de uma das rodovias do complexo, além de contribuir para descongestionar o trânsito metropolitano, vai facilitar o acesso ao porto de Itaguaí, para explorar o grande potencial exportador do Rio e de todo o Sudeste.
Os estudos para a implantação do porto, que já teve o nome de Sepetiba, começaram em 1973, pelo antigo Estado da Guanabara. Mas o terminal só foi inaugurado em 7 de maio de 1982, com o início do desembarque de cargas de carvão da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional).
Peço licença ao leitor para mencionar a empresa que tenho a honra de dirigir -o que não costumo fazer neste espaço-, em razão de sua participação histórica nesse empreendimento logístico de grande importância para o Rio e para o país. Num raio de 500 quilômetros desse porto, estão agentes produtivos responsáveis por 70% do PIB brasileiro. Pelo porto, passam anualmente 30 milhões de toneladas de minério de ferro (2007), 7 milhões de toneladas de carvão, 1 milhão de toneladas de alumina e 200 mil contêineres. A CSN decidiu investir US$ 2,2 bilhões em um grande projeto logístico em Itaguaí, onde já opera, com expansões, construção de um porto privativo, de um novo terminal de contêineres e de um centro de apoio logístico.
Com o porto privativo e a expansão do atual terminal de cargas, Itaguaí poderá multiplicar por quatro sua capacidade de exportação de minério até 2013. Com a ampliação do terminal de contêineres, a capacidade instalada para movimentação deve subir das atuais 400 mil para 850 mil unidades por ano.
Além disso, nas proximidades do porto, a CSN planeja construir uma nova usina siderúrgica, com capacidade para 4,5 milhões de toneladas de aço anuais e investimentos de R$ 7,5 bilhões.
Com essa programação de investimentos, é fácil imaginar a importância da construção do Arco Rodoviário lançado na semana passada para o porto de Itaguaí. Essa rodovia vai cortar a Baixada Fluminense e ligar o município de Itaboraí ao porto de Itaguaí. Aliada à duplicação da BR-101 (Rio-Santos) e também às melhorias nas linhas ferroviárias MRS Logística na região, a obra vai facilitar a logística de movimentação de cargas e reduzir significativamente os custos de transportes.
Cada vez mais economistas se convencem de que a recessão americana, cantada em prosa e verso, pode não vir e, se vier, será "pálida", como disse o ex-presidente do banco central dos EUA Alan Greenspan. Então, é hora de aproveitar a continuidade do ciclo virtuoso da economia mundial. Ou seja, investir sem medo em atividades produtivas.
BENJAMIN STEINBRUCH , 54, empresário, é diretor-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional, presidente do conselho de administração da empresa e primeiro vice-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
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