Altamiro Silva Júnior, de São Paulo
No país do futebol, a bandeira de cartões de crédito Visa resolveu apostar no esporte para ganhar mercado e divulgar sua marca. A partir de janeiro, torcedores (e não torcedores) do São Paulo vão poder usar o cartão de crédito para entrar nos jogos no estádio do Morumbi. O próprio plástico é o bilhete de entrada.
A aposta da Visa é em novos usos para o tradicional cartão de crédito e em novas formas de pagamento, como o uso do celular para pagar pequenas compras. A bandeira testa um cartão que faz pagamento por proximidade (sem contato), em parceria com o Bradesco, e o uso do celular como meio de pagamento (com o Banco do Brasil).
Segundo Rubén Osta, novo diretor geral da Visa do Brasil, o objetivo é estimular as pessoas a usarem os meios eletrônicos de pagamento em todas as situações. O cartão sem contato, diz ele, já provou ser viável e a intenção agora é ir além do teste e usar comercialmente o produto.
O Brasil é a maior prioridade mundial da bandeira entre os países emergentes. A Visa elegeu cinco países prioritários para investir e buscar expansão de negócios. Além do Brasil, há os outros Bric (China, Índia e Rússia) e o México.
No futebol, o projeto é mais ambicioso. Em 2007, a maior bandeira de cartões do mundo começou a testar em Santa Catarina um projeto desenvolvido inteiramente no Brasil para a venda de ingressos para o estádio do Figueirense, em Florianópolis. A estratégia deu certo e o modelo foi para outros estádios. Chegou este ano ao Parque Antártica (Palmeiras), Estádio João Havelange (Botafogo), Estádio do Canindé (Portuguesa) e na Vila Belmiro (Santos). O próximo passo é o Morumbi e a "exportação" da estratégia para outros países.
O Visa Pass First é um serviço que permite a compra de ingressos pela internet. A diferença é que o próprio cartão é o passe de entrada para os estádios, por meio de uma catraca própria. A bandeira também reservou áreas próprias para seus clientes, dispostos a pagar mais caro para ficarem em um lugar com melhor visibilidade e banheiros limpos.
Em menos de um ano, foram 128 mil cadastrados no projeto, a maioria do Palmeiras (80 mil). Com o São Paulo, espera-se que este número cresça ainda mais. Mesmo sem ter iniciado os serviços, já são 8 mil torcedores cadastrados.
As primeiras estatísticas mostram que 28% das pessoas que usaram o serviço foram a um estádio pela primeira vez; 19% dos compradores são mulheres. Dos usuários, 80% já realizaram mais de duas compras. No caso do estádio do Palmeiras, os maiores usuários do serviço, a média de ocupação do espaço da Visa é de 76%, acima da média geral do estádio, de 54%.
A bandeira não ganha nada pelo serviço, apenas o valor da transação com o cartão. O dinheiro vai para os clubes. Mas segundo Osta, o retorno vem por meio de maior visibilidade da marca e maior fidelização do cliente. A bandeira tem todas as informações das pessoas cadastradas e pode desenvolver estratégias de marketing específicas para grupos de torcedores.
A intenção é levar o modelo para outros estádio brasileiro e para outros países. A Visa é patrocinadora da Copa Santander Libertadores, das próximas duas Copas do Mundo e de todos os jogos da Fifa. O primeiro teste para a internacionalização do projeto ocorreu no mundial de Futsal, realizado em setembro no Rio e Brasília.
A América Latina cresce mais que o resto do mundo nas operações da Visa. Os dados mais recentes da bandeira são do trimestre finalizado em junho, que mostram expansão de 40% na região contra 15% da média mundial. São 328 milhões de plásticos entre os latinos, com volume de pagamento de US$ 50 bilhões. No mundo, são 1,6 bilhão de cartões que fizeram um total de US$ 2,7 trilhões de pagamentos em 29 milhões de estabelecimentos comerciais.
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