Da agência Estado
Após passarem grande parte do dia em queda, as principais bolsas européias encerraram o pregão em alta ontem, impulsionadas pela força no mercado de ações dos Estados Unidos. Apesar disso, dados sobre a deterioração das perspectivas para a economia persistem, segundo alguns traders.
Outro fator que ajudou a dar suporte para as bolsas européias, segundo traders e analistas, estava o elogio do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, ao Programa de Alívio de Ativos Problemáticos (Tarp). Durante pronunciamento ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes dos EUA, Bernanke defendeu o Tarp, dizendo que a o pacote ajudou a estabilizar os mercados de crédito.
O Tarp gerou nervosismo entre os investidores recentemente após o Departamento do Tesouro americano ter anunciado que o plano não incluiria mais os leilões para a compra dos títulos de dívidas hipotecárias e que os recursos de US$ 700 bilhões do programa seriam utilizados para injetar capital em bancos e ampliar o crédito ao consumidor.
As petroleiras tiveram bom desempenho, influenciadas pelo preço baixo das ações, segundo analistas da Jefferies International. "A combinação dos preços baixos do petróleo e da crise de crédito fizeram os preços das companhias de energia despencar", afirmaram os analistas, acrescentando que a perspectiva para os preços do petróleo no longo prazo ainda é positiva.
Por outro lado, ações do setor financeiro terminaram em baixa, devido os temores sobre a gravidade do desaceleração econômica e por preocupações de demissões no setor.
Em Londres, o índice FTSE 100 terminou em alta de 76,39 pontos, ou 1,85%, para 4.208,55 pontos. Entre as mineradoras, a BHP Billiton subiu 0,92% e a Rio Tinto 0,41%. A BP avançou 4,05% e a Shell 3,88%. No setor bancário, o Lloyds caiu 11,95%, o HBOS 15,44% e o Barclays 2,99%.
Na Bolsa de Paris, o índice CAC-40 fechou em alta de 35,37 pontos, ou 1,11%, para 3.217,40 pontos. Entre as empresas do setor financeiro, as ações do BNP Paribas recuaram 5,13% e as do Société Générale caíram 5,69%. Os papéis do Carrefour subiram 3,52% após a companhia divulgar que substituirá o atual executivo chefe, Jose Luis Duran, por Lars Olofsson, da Nestlé.
A Alcatel-Lucent subiu 4,79%, devido ao anúncio de que está em negociações para vender a participação de 20,8% que possui na companhia de sistemas de defesa Thales para o grupo do setor aeroespacial Dassault Aviation, acordo que pode levantar até 1,57 bilhão de euros. As ações da Thales subiram 0,8%.
O índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, subiu 22,2 pontos, ou 0,49%, para 4.579,27 pontos, com ganhos principalmente entre as ações defensivas, como as de empresas farmacêuticas, de telecomunicações e energia, segundo traders. "O mercado claramente prefere a economia concreta e mensurável", disse um corretor. A E.ON avançou 2,76%. Entre as ações do setor financeiro, o Commerzbank perdeu 3,12% e o Deutsche Bank 1,64%.
Em Madri, o índice IBEX-35 encerrou em alta de 32 pontos, ou 0,38%, para 8.530,80 pontos. Algumas ações de bancos ainda sofrem os efeitos do anúncio de cortes de emprego do Citigroup na segunda-feira. O Santander caiu 1,15% e o Bankinter 4,71%. A Repsol subiu 2,77% e a Iberdrola Renovables recuou 3,23%.
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