São Paulo, 1 de Dezembro de 2008
Vedete da economia brasileira até o mês de outubro, a indústria automobilística sentiu o impacto direto da retração do crédito e da confiança do consu-midor para se comprometer com financiamentos de longo prazo. Até mesmo a Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea) já admitiu que será difícil atingir os 3 milhões de veículos vendidos no ano, conforme previsão inicial - já que até outubro foram 2,4 milhões de unidades comercializadas e a indústria começou a registrar uma retração de 20% nas vendas em comparação ao mesmo período de 2007.
Enquanto nos Estados Unidos as montadoras Ford e GM driblam a insolvência, no Brasil algumas companhias decretaram férias coletivas e as produtoras de peças e insumos que dependem ainda da demanda do mercado de commodities para vender vagões, motores e trilhos, fizeram cortes de pessoal. O cenário é refletido no desempenho das ações das empresas do setor na BM&F Bovespa, com desvalorização superior ao Ibovespa no acumulado do ano até a sexta-feira, dia 28.
Entre os papéis das maiores companhias e com maior liquidez, acompanhados por analistas de investimento, Randon (PN), Iochpe Maxion (ON) e Marcopolo (PN) registram, respectivamente, uma retração acumulada de 59,65%, 77,09% e 48,61%. No mesmo período, a retração do principal índice acionário da bolsa foi de 42,77%.
Na opinião de mercado, aquela que tem melhores chances de ganho em curto prazo é a Marcopolo, que atua no segmento de veículos leves, já que cresce em exportações e pode se beneficiar da depreciação do real. "Todas elas vão sofrer bastante com a falta de crédito, mas a Marcopolo pode sofrer menos porque os clientes são companhias que não dependem do crédito direto ao consumidor, já que em geral o financiamento é via Finame (Financiamento de Máquinas e Equipamentos, com recursos do BNDES)", ressalta Antônio Bezerra, analista da Ativa Corretora. "Se o investidor tiver visão de longo prazo, as ações do setor estão com bom preço para compra."Já para Rafael Weber, analista da Geração Futuro, os papéis da Randon estão entre as melhores oportunidades do setor. A empresa deve partir para a diversificação no próximo ano, com implementos do segmento de combustíveis e infra-estrutura para equilibrar a receita. "É o momento de comprar a ação, que tem boas perspectivas e a empresa ainda tem uma carteira grande de pedidos que garante conforto. A venda de caminhões tem crescido acima do PIB nos últimos anos e, passando 2009, o mercado terá necessidade de expansão e renovação de frota", considera.
Entretanto, a corretora revisou o preço-alvo para a ação preferencial, de R$ 20,87 para R$ 16,58 - o que ainda assim representa um ganho de 145% sobre a cotação de sexta-feira. A corretora Ativa também reviu o potencial de valorização do papel até dezembro de 2009, de R$ 27,74 para R$ 16,21, mantendo a recomendação de compra.
Mas, para Fausto Gouveia, economista da Infra Asset, a empresa com melhor saúde financeira é a Iochpe-Maxion, que tem valor de mercado de R$ 470 milhões e acumulou, em nove meses, um lucro líquido de R$ 210 milhões. A companhia é o maior fabricante nacional de rodas e chassis para veículos comerciais e de vagões de carga e fundidos ferroviários.
"Na análise de curtíssimo prazo, o momento não é favorável porque todas, sem exceção, vendem equipamentos financiados. O cenário é um pouco perverso para agricultura e venda de produtos ao consumidor final; mas para o longo prazo, as companhias estão com preços que há muito tempo não se via", resume Gouveia.
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