segunda-feira, 16 de junho de 2008

Economistas prevêem juros de 14,25% e IGP-M de 10% em 2008, diz pesquisa do BC

Economistas prevêem juros de 14,25% e IGP-M de 10% em 2008, diz pesquisa do BC

EDUARDO CUCOLO
da Folha Online, em Brasília

Economistas e analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Banco Central aumentaram novamente suas previsões para juros e inflação em 2008.

A pesquisa semanal do Banco Central conhecida como relatório Focus mostra que os analistas esperam que a taxa básica de juros termine 2008 em 14,25%, ante previsão de 14% ao ano feita na semana passada. Para o final de 2009, a previsão de que a Selic estaria em 12,50% subiu para 12,75%.

No início do mês, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) aumentou a taxa básica de juros de 11,75% para 12,25% ao ano. Na ata da reunião, os diretores do BC dizem que continuarão aumentando os juros "enquanto for necessário".

Agora, o mercado espera um aumento para 12,75% na reunião do Copom do final de julho; para 13,25% na reunião no início de setembro; 13,75% em outubro; e para 14,25% em dezembro (o Copom se reúne a cada 45 dias aproximadamente).

Inflação

Apesar dos juros mais altos, a expectativa para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que serve como meta de inflação, subiu pela 12ª semana seguida. O IPCA deve fechar o ano a 5,80%, acima dos 5,55% esperados até a semana passada. Se confirmado, o indicador ficaria acima do centro da meta de inflação para esse ano, que é de 4,5%. Para 2009, a previsão do IPCA ficou em 4,60%.

Os demais indicadores de inflação pesquisados pela instituição também tiveram as projeções para 2008 elevadas pelo mercado. O maior destaque foram os IGPs, que servem de base para o reajuste de aluguéis e tarifas.

A expectativa do mercado para o IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) subiu de 9,01% para 9,96%; o IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) teve a previsão aumentada de 8,73% para 10%; e o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômica) ficaria em 5,52%, ante 5,50% da semana anterior. A estimativa de inflação para os preços administrados ficou em 3,70%.

PIB

A previsão para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) subiu de 4,77% para 4,80% em 2008. Para 2009, foi mantida a previsão de 4%. Ambas estão abaixo da projeção oficial do governo, de 5% para os dois anos.

A estimativa para o dólar ficou em R$ 1,70 para o final deste ano. Para dezembro de 2009, a previsão caiu de R$ 1,78 para R$ 1,77.

A previsão do saldo da balança comercial em 2008 subiu de US$ 23 bilhões para US$ 23,35 bilhões. Para 2009, subiu de US$ 15 bilhões para US$ 15,61 bilhões.

Contas externas

Subiram as expectativas de investimentos estrangeiros diretos, de US$ 33 bilhões para US$ 34,15 bilhões (2008). Para 2009, foi mantida a previsão de US$ 30 bilhões.

Houve ligeira queda na previsão para a relação dívida/PIB, de 41,15% para 41,10% neste ano. Por fim, piora no saldo em conta corrente, com um resultado negativo de US$ 22,9 bilhões para US$ 23 bilhões.

Inflação no mês

Foram divulgadas também as previsões para junho e julho dos indicadores de preços. A expectativa do mercado é que o IPCA aponte inflação de 0,50% e 0,40%, respectivamente. Para o IPC-Fipe, as taxas previstas são 0,61% e 0,36%.

Para o IGP-DI de junho, a estimativa é de uma inflação de 1,20%, ante previsão de 0,90% feita na semana passada. Em julho, o indicador deve chegar a 0,70%.

Para o IGP-M, as estimativas são de uma taxa de 1,68% em junho, ante previsão de 0,95% feita na semana passada. Em julho, o indicador deve ficar em 0,79%.

Queda dos juros

As estimativas do relatório Focus mostram também que os juros só devem voltar a cair em março de 2009. Após elevar a taxa básica para 14,25% no final de 2008, o BC deve trazer a Selic de volta para 14% em março do próximo ano, para terminar 2009 em 12,75% ao ano.

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