31 de Julho de 2008 - Se os Presidentes Bush e Lula não tivessem tido tão boas relações pessoais, iniciadas no dia após a posse do presidente brasileiro, ambos os países teriam tido maiores dificuldades não só no relacionamento entre si mesmos como também e em atravessar um período acentuado de mutações políticas e ideológicas no continente.
De todos os altos e baixos a posição brasileira foi de harmonização de conflitos, de manutenção de diálogos e viu coroada uma estratégia de liderar sem imposições, de guiar sem pretensões de hegemonia e de ser sempre o algodão entre cristais na difícil irmandade das Américas.
Entramos agora em um período de pré-mudança de guarda na Casa Branca. Penso que qualquer dentre os candidatos, Obama ou McCain, que eleito for terá de voltar-se ainda mais para um continente que é auto-suficiente e celeiro do planeta e grande ator no mundo da energia, não só a tradicional mas também e em especial a renovável.
Um paralelo feito oito anos após o Presidente Bush ter assumido, o Brasil passou por uma cirurgia plástica que iniciada no governo de FHC foi com todos os méritos aprofundada e cristalizada com o Presidente Lula. Eis alguns números interessantes:
"Em tamanhos de economia o Brasil em 2000 produzia em US$ 1,09 trilhões e em final deste ano US$ 1,82 trilhões;
Os EUA devem fechar o ano em US$ 14,0 trilhões. Em 2000 eram US$ 11,5 trilhões"
A dívida externa brasileira de US$ 190 bilhões em 2000 neste período transformou-se em crédito externo de +/- US$10 bilhões, e a dívida interna reduzida de 57% do PNB para 38% este ano.
Inflação deste ano ao redor de 5,6% contra em 2000, uma inflação de 9,81% anualizada.
Estoques de petróleo no Brasil que saíram de 7,367 bilhões para mais de 80 bilhões neste ano.
E exportações de US$50 bilhões passando agora a US$190 bilhões e déficit da balança comercial de (US$697 milhões) em 2000 para um saldo de US$ 30 bilhões em 2008.
Finalmente dólar a R$ 1,97 e hoje a R$1,57 por dólar.
Creio que estes resultados mostram a solidez da economia brasileira, erradicada de vez a inflação.
De fato, os indicadores econômicos mostram a curva ascendente que coloca o nosso país como a sétima economia mundial e traduz-se pelo que diz o suplemento do "Financial Times" desta semana que o nosso país está no limiar de alcançar o status de grande potência.
Com gargalos em legislações atrasadas e de antes do fim da guerra mundial e com infra-estrutura muito deficiente, mas com uma crescente acumulação de capital interno, ajudado por US$ 40 bilhões de investimentos diretos, o Brasil tem todas as condições de em 10 anos estar pari-passu com os países mais desenvolvidos na ocupação consciente e sustentável do território. Mas seremos um país que em cinco anos estará exportando US$ 300 bilhões.
Tudo isto para dizer que a chamada crise americana teve e tem características especificas e que não caracterizava uma recessão, mas antes uma retração forte e continuada, a ser superada depois de um período mais ou menos largo de ajustes. Veremos ainda mais dois anos de dificuldades no início do mandato do novo presidente norte-americano.
Com efeito, no início deste ano, havia um certo sentimento de pânico da parte de economistas, investidores do mercado financeiro, empresários e políticos, com relação à possibilidade de uma recessão profunda nos EUA. Com Marcelle Chauvet éramos dos poucos que mantinham uma posição mais serena. Ao analisar o modelo estatístico que ela desenvolveu, o qual gera, em tempo real, probabilidades de recessão na economia americana, a indicação era de uma desaceleração econômica, mas não de uma recessão severa. Após atingir um pico no primeiro trimestre, as probabilidades de recessão nos EUA estão decrescendo, atingindo 25% em maio e a trajetória de queda deve continuar.
Porém, o momento é ainda delicado. Diversas vezes na história dos EUA desacelerações econômicas foram seguidas, meses depois, de uma recessão. A economia americana está enfraquecida. Mas o Federal Reserve tem atuado de forma eficiente para restabelecer o equilíbrio e a credibilidade do sistema financeiro. Se não houver pressões inflacionárias demasiadas para que haja uma elevação precipitada da taxa de juros, a economia americana poderá evitar uma recessão de fato nos próximos meses.
E o Brasil poderá beneficiar-se desta enfermidade passageira ampliando sua força na agricultura e na área energética tradicional, com suas novas reservas de petróleo que podem chegar a mais de 80 bilhões de barris.
Desejo realçar que desde o primeiro veículo a álcool produzido em série em 1980, o Brasil ascendeu à nova posição proeminente entre os maiores produtores mundiais de etanol produzido fora da cadeia alimentar. O esforço atualmente feito pelo Presidente Lula, o qual apoio integralmente, de transformar o etanol em commodity e eliminar os preconceitos que se elevam maldosamente contra a produção de etanol e biodiesel em nosso País e que certamente têm conotações mais profundas do que aquelas que são hoje invocadas. Temos de duramente enfrentar este desafio e ampliar a produção brasileira para além de 50 milhões de metros cúbicos nos próximos 10 anos e criar uma indústria de biodiesel altamente capacitada cuja matéria-prima seja o pinhão manso ou a jatrofa ou outras algas ou produtos naturais não competitivos com alimentos. Esta é a oportunidade que o Brasil não pode desperdiçar no setor energético.
Lembro que os Estados Unidos e o Brasil agora são dois pesos pesados mundiais na geopolítica, na economia e no desenvolvimento social e ambiental em busca de uma parceria mais equilibrada e dinâmica.
Assim, podemos ver que a futura administração americana - que deve ter guardado uma boa impressão do equilíbrio e da grandeza brasileiros, seja em termos de política internacional como na coerência de suas ações na área econômica - terá no Brasil sempre um leal amigo, mas um bravo adversário, como dizia John F. Kennedy, para apoiar aquilo que traz progresso e paz e para dizer francamente não àquilo que não seja do interesse nacional.
Mario Garnero - Presidente do Brasilinvest
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Há 2 dias
Um comentário:
PRODUÇÃO DE ETANOL COM ALGAS
UMA RESPOSTA À AMEAÇA DE PEAK-OIL & OIL-CRASH
O Prof. Pengcheng "Patrick" Fu da Universidade de Hawaii (EUA) desenvolveu uma tecnologia inovativa, produzindo em escala etanol com cyanobacterias modificadas (blue-green-algae). Esta fonte nova de etanol não entra em conflito com a produção de ração e de alimentos e consome ainda CO2 no seu cultivo no sistema de photo-bio-reator de baixo custo, usando a luz solar.
Fu já desenvolveu cepas de cyanobacterias, que produzem etanol como resíduo e ganhou uma patente mundial com a sua invenção.
O teste no laboratório de biotecnologia em Hawaii utilizou photo-bio-reatores (PBR) com luz artificial e com luz solar. O sol funciona melhor, diz Fu. Transformando um resíduo em uma coisa útil é uma solução importante. As “blue-green-algae” necessitam somente sol e como nutrientes também um pouco açúcar, especialmente à noite no período sem insolação, usando o resultado da produção tradicional de cana, um pouco melasse. Assim temos uma solução interessante para a indústria do setor sucroalcooleiro.
Brasil e outros países tropicais ganham deste modo uma segunda opção, processando o etanol com o novo feedstock micro-algae. Assim cana de açúcar & algas podem atender juntos a grande demanda de etanol do mercado mundial. A produtividade de algas por hectare é no mínimo 10 até 20 vezes maior do que o rendimento da cana, dependendo só da verticalização do cultivo da altura do sistema de photo-bio-reatores verticais. Assim o Brasil poderia produzir mais e mais etanol, usando menos espaço. A produção em massa de etanol com algas poderia ser realizada em grande parte no Nordeste do país, perto dos portos marítimos, estimulando assim a capacidade de exportação desta região carente.
Um projeto nacional de produção em escala de etanol com algas seria um desafio, que necessita um projeto de Parceria Pública e Privada (PPP), envolvendo o Governo Federal, EMBRAPA, CTC – Centro de Tecnologia Canaviera, UNICA e Usinas de Álcool e Açúcar, bem como entidades como OCB e REDENET – Rede Norte e Nordeste de Educação Tecnológica e principalmente universidades, especialmente centros de pesquisa de algas (como o LABIOMAR da UFBA e o Setor de Bioenergia da FTC, ambos em Salvador).
A tecnologia da empresa La Wahie Biotech vai ser ajustada agora para preparar uma planta experimental com alto rendimento, uma BIOFÁBRICA DE ETANOL DE ALGAS, um desafio técnico para o futuro próximo.
Professor Dr. Pengcheng Fu possui passaporte chinês e americano, foi convidado recentemente pelo Governo da China, de estruturar em Beijing um projeto piloto de etanol de algas. A equipe da empresa La Wahie Biotech Inc. em Hawaii coordena ações da matriz da empresa start-up e de uma ONG criada, da FUNDAÇÃO LA WAHIE INTERNATIONAL.
No Brasil está em fase de implantação uma filial em Aracaju-SE; representante é o Professor alemão Hans-Jürgen Franke, especialista em bioenergia.
Fu começou a formação em engenharia química, depois continuou com biologia. Ele estudou na China, Austrália, no Japão e nos Estados Unidos.
Ele trabalha também com a NASA, pesquisando o potencial energético de cyanobacterias para futuras colonizações na Lua e no Marte. Recentemente a empresa La Wahie Biotech ganhou avards e prêmios no campo de Pesquisa e Desenvolvimento. Daniel Dean e Donavan Kealoha, ambos estudantes da Universidade (law, technology and business) são parceiros de Prof. Pengcheng Fu.
Fu diz, que a produção de etanol na base de plantações do agrobusiness como cana de açúcar ou ainda milho é bastante lenta e gasta muitos recursos. Por esta razão ele optou para as cyanobacterias, que convertem a luz solar e o nocivo dióxido de carbono na sua alimentação e deixam como resíduo oxigênio e etanol.
Alguns cientistas pesquisam cyanobacterias para fabricar etanol, usando diferentes cepas. Mas a técnica de Prof. Fu é única. Ele resolveu inserir material genético dentro de um tipo de cyanobacterium, e agora o produto de resíduo é somente etanol, separado no circuito do sistema de photo-bio-reator através de uma membrana. Funciona muito bem, fala Prof. Fu.
O benefício é que a tecnologia de Prof. Fu começa produzir em poucos dias grandes quantidades de etanol com custo inferior do que técnicas convencionais.
O parceiro de Prof. Fu no Brasil - na representação da empresa La Wahie Biotech Inc. em Aracaju - Prof. Hans-Jürgen Franke – está coordenando o desenvolvimento de um sistema de photo-bio-reator de baixo custo. Prof. Franke vai articular agora projetos pilotos no Brasil.
Com o sequestro de dióxido de carbono (CO2) a tecnologia revolucionária de produção industrial de etanol de La Wahie Biotech Inc. serve ainda, para combater o aquecimento global.
Honolulo e Aracaju, 15 de Setembro 2008
Contatos:
• Prof. Pengcheng Fu – E-Mail: pengchen2008@gmail.com
• Prof. Hans-Jürgen Franke – E-Mail: lawahiebiotech.brasil@gmail.com
Tel.: 00-55-79-32432209
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