São Paulo, 31 de Julho de 2008 - Os fortes reajustes de preços dos alimentos, que forçaram a disparada da inflação na primeira metade do ano, começam a dar sinais de enfraquecimento, garantindo uma desaceleração gradual dos índices de preços no início do segundo semestre.
A mais recente evidência deste movimento veio do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) do mês de julho, que subiu menos do que o esperado, favorecido pela menor pressão provocada exatamente pelos alimentos. O indicador fechou o período com alta de 1,76%, depois de ter avançado 1,98% em junho, segundo informou ontem a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Analistas consultados pela Reuters já esperavam uma desaceleração, mas o resultado foi melhor que o imaginado. A mediana das estimativas feitas por 26 instituições consultadas apontava para uma alta de 1,83% para o indicador no sétimo mês do ano.
Todos os três componentes do IGP-M – um indicador importante de inflação por ser utilizado no reajuste de diversos contratos, como os de aluguel – registraram altas menores em julho, quando comparadas aos movimentos do mês anterior. Os preços no atacado, por exemplo, subiram 2,20%, depois de terem apurado elevação de 2,27% em junho.
Uma das principais contribuições para essa desaceleração veio dos alimentos in natura, que depois de terem os preços elevados em 7,69% no mês passado, registaram uma queda de 1,32% nos preços em julho. Do lado do varejo, representado pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), a inflação passou de 0,89% para 0,65%.
"A principal contribuição no sentido descendente partiu do grupo alimentação", afirmou, em nota, a FGV. Os alimentos sofreram um reajuste de 1,41% nos preços em julho, depois de terem subido 2,20% no mês imediatamente anterior.
Inflação anual segue alta
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) – terceiro componente do IGP-M – teve a desaceleração mais acentuada do período, ao recuar de 2,67% de alta para uma elevação de 1,42%. O alívio de julho, entretanto, não foi suficiente para reduzir de maneira significativa a alta acumulada pelo IGP-M no ano, que é de 8,71%. Nos últimos 12 meses, o quadro é ainda pior. O índice acumula avanço de 15,12% no período.
O IGP-M de julho foi calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 de junho e 20 deste mês.
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