YGOR SALLES
da Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) amargou nesta quinta-feira sua terceira queda consecutiva. Diante da alta recorde do petróleo e do feriado do Dia da Independência nos Estados Unidos, os investidores se retraíram, fazendo o mercado acionário local recuar.
O Ibovespa, principal indicador da Bolsa paulista, voltou a ficar abaixo dos 60 mil pontos, o que não ocorria desde 20 de março. Fechou a 59.273 pontos, com perda de 3% --em apenas três dias, a desvalorização já chega a 8,83% Já o dólar comercial fechou vendido a R$ 1,611, em alta de 0,49%.
O giro financeiro na Bolsa paulista foi de R$ 5 bilhões, com cerca de 213 mil negócios realizados. O volume ficou abaixo da média diária para a Bovespa neste ano, que está em cerca de R$ 6 bilhões.
Boa parte da "culpa" pelo baixo movimento na Bovespa foi a sessão reduzida nas Bolsas americanas hoje por conta do feriado do Dia da Independência --que é comemorado amanhã, o que fará com que Wall Street novamente não tenha atividade.
"Nestas condições, não é bom ficar comprado [com ações em carteira]. Ele vende para decidir depois, na segunda-feira, o que fará com seus recursos", disse Kelly Trentin, analista da corretora SLW.
As Bolsas americanas fecharam às 14h (horário de Brasília) sem uma direção definida. Enquanto o índice Dow Jones apontou alta de 0,65%, o Nasdaq Composite recuou 0,27%.
Se os investidores já tinham motivos para se retraírem devido ao feriado, passaram a ter certeza ao verem o preço do petróleo reagir.
Na Nymex (New York Mercantile Exchange), o barril de petróleo leve WTI para entrega em agosto fechou em alta, a US$ 145,29 --1,2% a mais do que ontem. Trata-se do novo recorde de fechamento. E nos primeiros minutos de negociação chegou a ficar em US$ 145,85, o novo recorde histórico de preços.
Ao contrário da Nyse (Bolsa de Valores de Nova York) e da Nasdaq, onde são negociadas as ações em Nova York, a Nymex cumpriu horário normal hoje. E foi justamente após o fechamento das Bolsas que o preço do petróleo subiu.
Sem o petróleo para dar rumo, as Bolsas americanas se balizaram pelos dados sobre o mercado de trabalho local. Apesar dos dados virem ruins, ficaram dentro da expectativa dos analistas.
A economia americana fechou 62 mil postos de trabalho em junho, segundo dados do nonfarm payroll, divulgado pelo Departamento de Trabalho. O número de pessoas desempregadas no país ficou em 8,499 milhões de pessoas, contra 7 milhões um ano antes. A taxa de desemprego no país no mês passado ficou em 5,5%, mesma de maio.
Para amanhã, espera-se um mercado ainda mais fraco do que foi hoje. "A tendência é que suba, mas serão poucos negócios. A maioria só vai comprar logo cedo e realizar lucro em seguida", disse Kelly, da SLW.
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