Alex Ribeiro, de Brasília
As reservas internacionais caíram abaixo de US$ 200 bilhões, considerando o conceito de caixa, adotado recentemente pelo Banco Central para refletir as vendas temporárias de dólares feitas para injetar liquidez no mercado de câmbio. Pelo dado mais recente disponível, de 7 de novembro, as reservas fecharam em US$ 196,191 bilhões.
Pelo conceito de liquidez internacional, no qual as reservas são tradicionalmente apresentadas, elas estavam em US$ 204,107 bilhões anteontem. As reservas pelo conceito de liquidez internacional só são afetadas quando há venda definitiva de dólares, como nos leilões à vista de moeda estrangeira.
As reservas pelo conceito de caixa são afetadas quando há vendas definitivas ou temporárias de dólares. Assim, são sensibilizadas quando o BC faz vendas de moeda estrangeira com compromisso de recompra ou empréstimos para financiamento de comércio exterior.
Em 7 de novembro, essas operações somavam US$ 8,182 bilhões, representando a exata diferença das reservas pelo conceito caixa (US$ 196,191 bilhões) e pelo conceito de liquidez internacional (US$ 204,373 bilhões) na data.
O conceito caixa é uma medida do dinheiro que o BC tem prontamente disponível para intervir no mercado de câmbio. O conceito de liquidez internacional representa os ativos em dólar que podem ser usados prontamente e nos meses seguintes.
O BC também divulgou ontem dados sobre o déficit no mercado de câmbio, que voltou a subir na primeira semana de novembro, chegando a US$ 656 milhões. Na última semana de outubro, o saldo negativo havia sido menor, com US$ 242 milhões. Apesar do aumento do déficit, os números não são tão negativos quando os registrados no pico da crise. Na semana entre 13 e 17 de outubro, o déficit chegou a US$ 2,662 bilhões.
O déficit da primeira semana de novembro se deve, em grande parte, ao mau resultado do comércio exterior. A compra de dólares pelos importadores superou a venda pelos exportadores em US$ 213 milhões. Na última semana de outubro, o déficit comercial havia sido de US$ 132 milhões.
As operações de Adiantamento sobre Contratos de Câmbio (ACC), que vinham apresentando recuperação nas semanas anteriores, tiveram o resultado semanal mais fraco desde o agravamento da crise internacional. Na primeira semana de novembro, a média diária de operações de ACC foi de US$ 78,2 milhões, abaixo dos números da semana anterior, quando a média havia sido de US$ 173 milhões. A pior média registrada até então havia sido de US$ 106 milhões, na semana de 6 a 10 de outubro.
Houve queda também na média diária de operações de pagamento antecipado, outra forma de financiamento de exportações. A média diária desses negócios na primeira semana de novembro foi de US$ 120 milhões, ante US$ 173 milhões observados na semana anterior.
No segmento de câmbio financeiro, as saídas de dólares superaram os ingressos em US$ 442 milhões, acima da saída líquida de US$ 118 milhões observada uma semana antes. No segmento financeiro, são registradas as compras e vendas de moeda estrangeira relativa a capitais, como empréstimos e investimentos, e os serviços e rendas, como remessas de lucros e dividendos e turismo internacional.
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