domingo, 27 de abril de 2008

Mercado espera corte de 0,25 ponto percentual em juros americanos

Mercado espera corte de 0,25 ponto percentual em juros americanos

27/04 - 18:29

Jorge A. Bañales Washington, 27 abr (EFE).
- Os mercados financeiros prevêem que na quarta-feira o Federal Reserve (Fed, banco central americano) aprove outra redução de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, enquanto alguns economistas acreditam que o banco central poderá fazer uma pausa no afrouxamento de sua política monetária.

Na reunião do dia 18 de março, o Fed baixou em 0,75 ponto percentual a taxa básica de juros, assim como a taxa de desconto cobrada aos bancos por seus empréstimos, em outro esforço por conter a crise de liquidez e estimular a economia.

A medida monetária deixou em 2,25% a taxa de juros nos empréstimos interbancários de curto prazo e em 2,50% a taxa de desconto.

A última vez que a taxa básica de juros esteve em 2,25% foi no início de fevereiro de 2005.

Após essa diminuição, a sexta nos últimos seis meses, o Comitê de Mercado Aberto da Reserva emitiu um comunicado no qual advertiu que os indícios de inflação já começaram a aparecer.

Os mercados financeiros continuam apostando que na quarta-feira haverá outro corte da taxa básica de juros de curto prazo, mas nos últimos dias essas expectativas foram frustradas depois que as principais razões para um barateamento do crédito se dissiparam.

A próxima semana estará cheia de vários indicadores sobre a conjuntura econômica dos Estados Unidos antes da chegada dos cheques de devolução de impostos, previstos no plano de estímulo econômico de US$ 150 bilhões, aprovado em fevereiro pelo Congresso e promulgado pelo presidente dos EUA, George W. Bush.

O grupo empresarial Conference Board divulgará na terça-feira seu índice sobre a confiança dos consumidores, cuja despesa equivale nos EUA a mais de dois terços do Produto Interno Bruto (PIB).

Na quarta-feira, antes da conclusão da reunião de dois dias do Fed, o Departamento de Comércio divulgará seu cálculo preliminar do crescimento do PIB no primeiro trimestre deste ano, e o consenso entre os analistas é de que haverá um aumento de 0,3%.

O ritmo de crescimento do PIB, que no terceiro trimestre do ano passado atingiu 4,9% ao ano, caiu no quarto trimestre para 0,6%. Se os analistas acertarem na previsão, a atividade econômica dos EUA entre janeiro e março desacelerou ainda mais.

Na quinta-feira o Governo dará seu relatório sobre a renda e a despesa pessoal referente a março, e os analistas esperam parcos incrementos de 0,3% em ambos.

Nesse mesmo dia, o Departamento de Comércio informará sobre as despesas de março no setor de construção, no qual segundo o consenso do mercado houve uma redução de 0,9%, enquanto a crise no segmento imobiliário continua.

Também o Departamento de Trabalho informará na sexta-feira sobre o desemprego em abril, e a expectativa dos analistas é de que o índice suba dois décimos para 5,2% da força de trabalho, em um mês no qual a economia terá perdido aproximadamente 75 mil postos de trabalho.

Todas estas expectativas pessimistas corroboram com a previsão de uma queda das taxas de juros, mas vários economistas advertem que o Fed poderá optar por aguardar o impacto que a devolução de impostos terá.

A partir do dia 2 de maio, mais de 100 milhões de contribuintes começarão a receber os cheques do Governo federal com montantes que variam de US$ 600 por indivíduo, a US$ 1.200 por casal, mais US$ 300 para cada filho.

Outro fator importante que sugere uma pausa nas quedas das taxas de juros é a queda do valor do dólar frente a outras moedas, que aparece vinculada a uma inquietante situação global de inflação, especificamente o aumento dos preços do petróleo cru e dos alimentos.

Além disso, as quedas das taxas de juros não fornecem um estímulo econômico onde mais é necessário, já que os consumidores não sentiram os benefícios imediatos como os que, supostamente, dará a devolução de impostos.

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