sábado, 5 de fevereiro de 2011

‘O levante é social, não é ideológico’, diz pró-reitor da Unicamp, Mohamed Habib

‘O levante é social, não é ideológico’, diz pró-reitor da Unicamp, Mohamed Habib: "

Flávia Salme, iG Rio de Janeiro

Ex-coordenador de Relações Internacionais da instituição, Mohamed não descarta a possibilidade de golpe militar no Egito, mas destaca o carisma de ElBaradei

Foto: Divulgação Unicamp

Radicado no Brasil há 39 anos, o engenheiro agrônomo egípcio Mohamed Ezz El-Din Mostafa Habib, pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da Universidade de Campinhas, diz que acompanha de perto os conflitos em sua terra natal, desde 25 de janeiro. “Era dia do meu aniversário, fiz 69 anos. Liguei para os meus parentes, mas não para comemorar a data. Foi um telefonema de susto para saber como todos estavam”, diz o professor Mohamed que tem cinco irmãos e uma dezena de primos e sobrinhos espalhados pela capital Cairo, Alexandria e Port Said, próximo ao Canal de Suez.


Estudioso das questões de seu país, ele afirma que os conflitos – que classifica de “levantes” – apresentam puramente razões sociais, e não políticas. Apesar de considerar possível haver um golpe militar nos próximos dias, o ex-coordenador de Relações Internacionais da Universidade de Campinas defende o carisma do prêmio Nobel da Paz Mohamed ElBaradei . “Acho que ele será capaz de reunir diferentes forças”, avalia.


A seguir, ele o professor Mohamed Habib apresenta suas reflexões sobre a atual situação do Egito.


iG: O senhor é um estudioso da movimentação política e social do seu país, o Egito. Como avalia essa revolta nacional contra o presidente Hosni Mubarak?


Mohamed Ezz El-Din Mostafa Habib: Não fiquei muito surpreso. Há três anos, mais ou menos, escrevi um artigo em que previa essas revoltas populares. O povo egípcio é milenar, de uma sabedoria muito grande. E, apesar disso, deu a Mubarak três décadas de poder. O povo aceitou alterar a Constituição para que ele pudesse permanecer no cargo. E, ao longo desse tempo, Mubarak aceitou fazer do Egito uma experimentação política de um grupo econômico extremamente liberal. Hoje o Egito, que não conhecia o que a gente chama aqui no Brasil de favela, tem várias favelas. Há pessoas morando até em terreno de cemitério. Não há emprego, não há saúde pública, não há saneamento, não há escolas. Existem estimativas de que 25% da população vivem hoje com menos de US$ 2 por dia. A paciência do povo esgotou. O que acontece lá não é um levante ideológico ou político. É puramente social, uma insatisfação geral e acumulada.


iG: O senhor diz que as manifestações são “técnicas”. Pode explicar?


Mohamed Ezz El-Din Mostafa Habib: O Egito atravessa há décadas um processo de exclusão social e econômica muito acentuado. Foram várias gotas d’água que se somaram. Digo que foi um movimento “técnico” porque não se trata de um levante religioso ou político. Se forem observar, não são só pobres ou aqueles que vivem abaixo da linha da pobreza que estão nas ruas. É a classe média do Egito. Há jovens estudantes, universitários, sindicalistas, trabalhadores das mais diversas áreas. Essa insatisfação vinha sendo manifestada há alguns anos. Nas últimas três décadas de controle do Mubarak, os meios de comunicação já denunciavam a queda brusca do poder aquisitivo da população. Até mesmo o ranking das universidades teve uma queda muito brusca nesse período. Por isso, acredito que não se trata de uma revolta ou um antagonismo político.


iG: E por que o Egito não foi democratizado nesses últimos 30 anos?


Mohamed Ezz El-Din Mostafa Habib: Me perguntam muito sobre isso. E o que posso dizer é que o regime das ditaduras é conveniente para as grandes forças políticas do Planeta. E aí eu incluo, principalmente, o império britânico e o império americano. Os Estados Unidos, por exemplo, são considerados exemplo de democracia. É verdade. Se você for lá, vai poder constatar os avanços que eles têm nas liberdades individuais. Porém, esse discurso da democracia americana não é condizente com a prática daquele país no Oriente Médio. Nenhum país árabe é democrático. E essa situação faz parte dos interesses dos EUA na região. O Egito, por exemplo, recebe ajuda monetária americana, a troco da manutenção desse regime. O Egito sofre intervenção direta desses impérios econômicos desde a 1ª Guerra Mundial.


iG: E a oposição, onde ela se situou nesse período?


Mohamed Ezz El-Din Mostafa Habib: Mubarack não permitiu o surgimento e a organização de forças políticas oposicionistas no Egito. A não ser, uma atuação bem pequena dos movimentos religiosos. Mas, se observar de perto, não há 5% das cadeiras do Congresso utilizadas por líderes ou representantes religiosos que transitam nesse campo da oposição. Por isso que insisto em afirmar que isso que está acontecendo agora não é resultado de forças políticas da oposição ou qualquer outro grupo organizado, seja religioso ou sindicalista. É puramente social.


iG: O senhor acredita que será possível destituir Hosnir Mubarak?


Mohamed Ezz El-Din Mostafa Habib: Acredito e espero que sim. Temos que ver a capacidade de resistência da população. Se o ritmo que está agora for mantido por mais três semanas, será impossível não haver algum resultado. A população conta com a simpatia das Forças Armadas. Se revirar o passado, você vai observar que em 1952 os militares foram responsáveis por destituir o rei Faruk I. O militar egípcio Gamal Abdel Nasser assumiu o poder depois de seu grupo abolir a monarquia e banir os partidos que existiam até então e ficou à frente do governo egípicio até 1970.


iG: Mas se a situação for resolvida pelos militares não há risco de golpe?


Mohamed Ezz El-Din Mostafa Habib: Sim, sempre há. O Egito já passou por um golpe, com o Nasser. Mas ele, por exemplo, ficou conhecido por desenvolver uma política nacionalista. Não sou a favor do golpe militar. Mas digo que é preciso compreender por que a população egípcia vive esse momento com a esperança de que as Forças Armadas tomem o poder e coloquem o ditador em julgamento internacional.


iG: Além dos militares, o senhor acredita que a oposição tem condições de assumir o governo no Egito?


Mohamed Ezz El-Din Mostafa Habib: Percebo um movimento muito carismático em torno de Mohamed ElBaradei, que é visto como um rosto da oposição. Claro que não é o único. Mas é carismático. Ele já manifestou publicamente sua intenção de negociar um governo de coalizão e já fez apelos públicos para que os Estados Unidos digam a Mubarack que renuncie.


iG: E o senhor crê na possibilidade de o presidente Hosnir Mubarak renunciar?


Mohamed Ezz El-Din Mostafa Habib: Ele está dando todos os sinais que não vai querer largar o osso. O toque de recolher imposto pelo governo começa às 18h e termina às 7h. São 13 horas em que a população fica sob uma forte política de repressão, sem transporte, sem meios de comunicação como internet, celular. Enfim, a política antimotins que ele anunciou agora, no domingo, já é um sinal de que ele não vai desistir. Mas espero que predomine o bom senso. E a população está dando provas de que não vai ceder. O toque de recolher foi ignorado. Acho que se houver algo que aqui no Brasil, no período da ditadura militar, foi chamado de “não revanchismo”, ele pode ceder. Explico: se houver garantias de que ele não será preso ou julgado pelas cortes internacionais por crimes contra os direitos humanos, pelas mortes que estão sendo contabilizadas agora, se ele ganhar exílio, talvez Mubarak aceite sair sim.


iG: Na avaliação do senhor, os manifestantes terão fôlego para prosseguir com os protestos?


Mohamed Ezz El-Din Mostafa Habib: Converso com meus familiares e amigos da Universidade de Alexandria e percebo que neste momento a população não está muito afetada. Por exemplo, agora é inverno no Egito e as todas as famílias estão bem abastecidas de comida e água. Pelo tempo dos protestos, ainda não houve espaço para chegar a uma insuficiência de abastecimento. Mas o povo egípcio é muito consciente, sabe se virar. Se chegar a situações extremas, a população saberá como operar uma estação de tratamento de água, uma estação de energia. Além disso, é uma gente muito solidária, sabe dividir comida. Agora, se o levante se prolongar por mais de três semanas, verei motivos para preocupação, sim.


iG: Há alguma situação em especial que o preocupe no momento?


Mohamed Ezz El-Din Mostafa Habib: Os boatos. Ontem à noite (domingo, 30) recebi informações de amigos ativistas lá no Egito de que chegou um enorme carregamento de armas para ajudar Mubarak a controlar os manifestantes. Pelo que ouvi, são aviões carregados enviados por um país vizinho que é simpatizante de governos ditadores (o professor não disse o nome do país, mas confirmou se tratar de Israel quando perguntado pela reportagem do iG). Se for verdade, haverá uma sangria, será um massacre. Espero que seja boato. Mas essas informações começam a circular e a espalhar pânico entre as pessoas.

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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

IPv4 & IPv6: A Short Guide

IPv4 & IPv6: A Short Guide: "


The Internet has run out of Internet addresses… sort of. Perhaps you’ve heard the news: the last blocks of IPv4 Internet addresses have been allocated. The fundamental underlying technology that has powered Internet Protocol addresses (ever seen a number like 99.48.227.227 on the web? That’s an IP address) since the Internet’s inception will soon be exhausted.

A new technology will take its place, though. IPv4′s successor is IPv6, a system that will not only offer far more numerical addresses, but will simplify address assignments and additional network security features.

The transition from IPv4 to IPv6 is likely to be rough, though. Most people are unfamiliar with IPv4 and IPv6, much less the potential impact the switch to IPv6 may have on their lives.

That’s why we’ve compiled this short guide to IPv4 and the eventual transition to IPv6. We explain the two versions of IP and why they matter. We also go into detail on what you can expect in the next few years as billions of websites, businesses and individuals make the switch to the new era of the Internet.


IPv4 & IPv6 Q&A


Q: What is IPv4?
A: IPv4 stands for Internet Protocol version 4. It is the underlying technology that makes it possible for us to connect our devices to the web. Whenever a device access the Internet (whether it’s a PC, Mac, smartphone or other device), it is assigned a unique, numerical IP address such as 99.48.227.227. To send data from one computer to another through the web, a data packet must be transferred across the network containing the IP addresses of both devices.

Without IP addresses, computers would not be able to communicate and send data to each other. It’s essential to the infrastructure of the web.

Q: What is IPv6?
A: IPv6 is the sixth revision to the Internet Protocol and the successor to IPv4. It functions similarly to IPv4 in that it provides the unique, numerical IP addresses necessary for Internet-enabled devices to communicate. However, it does sport one major difference: it utilizes 128-bit addresses. I’ll explain why this is important in a moment.

Q: Why are we running out of IPv4 addresses?
A: IPv4 uses 32 bits for its Internet addresses. That means it can support 2^32 IP addresses in total — around 4.29 billion. That may seem like a lot, but all 4.29 billion IP addresses have now been assigned to various institutions, leading to the crisis we face today.

Let’s be clear, though: we haven’t run out of addresses quite yet. Many of them are unused and in the hands of institutions like MIT and companies like Ford and IBM. More IPv4 addresses are available to be assigned and more will be traded or sold (since IPv4 addresses are now a scarce resource), but they will become a scarcer commodity over the next two years until it creates problem for the web.

Q: How does IPv6 solve this problem?
A: As previously stated, IPv6 utilizes 128-bit Internet addresses. Therefore, it can support 2^128 Internet addresses — 340,282,366,920,938,000,000,000,000,000,000,000,000 of them to be exact. That’s a lot of addresses, so many that it requires a hexadecimal system to display the addresses. In other words, there are more than enough IPv6 addresses to keep the Internet operational for a very, very long time.

Q: So why don’t we just switch?
A: The depletion of IPv4 addresses was predicted years ago, so the switch has been in progress for the last decade. However, progress has been slow — only a small fraction of the web has switched over to the new protocol. In addition, IPv4 and IPv6 essentially run as parallel networks — exchanging data between these protocols requires special gateways.

To make the switch, software and routers will have to be changed to support the more advanced network. This will take time and money. The first real test of the IPv6 network will come on June 8, 2011, World IPv6 Day. Google, Facebook and other prominent web companies will test drive the IPv6 network to see what it can handle and what still needs to be done to get the world switched over to the new network.

Q: How will this affect me?
A: Initially, it won’t have a major impact on your life. Most operating systems actually support IPv6, including Mac OS X 10.2 and Windows XP SP 1. However, many routers and servers don’t support it, making a connection between a device with an IPv6 address to a router or server that only supports IPv4 impossible. IPv6 is also still in its infancy; it has a lot of bugs and security issues that still need to be fixed, which could result in one giant mess.

Nobody’s sure how much the transition will cost or how long it will take, but it has to be done in order for the web to function as it does today.

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The real Star Wars

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Submitted by: advuh

Posted at: 2011-02-04 01:54:51

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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

The 7 Best Powerful Netbook Applications That Don’t Chug System Resources

The 7 Best Powerful Netbook Applications That Don’t Chug System Resources: "

best netbook applicationsNetbooks, and other small ultra-portable computers including Windows tablets, are well loved because of their small footprint and light weight. However, netbooks are far less powerful than the typical notebook PC, which means they can have trouble running applications that other PCs have no problem with.

This means that anyone who wants a snappy netbook needs to pick the best netbook applications. Finding and judging the best netbook applications can take some time, which is why I’ve handled it for you.

Best Antivirus: Panda Cloud Antivirus

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Picking an antivirus program for a netbook is tricky because of the limited system resources available. All antivirus software has the potential to become a real resource hog, because the process of shifting through files in search of virus signatures isn’t easy.

There are a number of relatively lightweight antivirus programs, however, and Panda Cloud Antivirus is at the top. It’s intuitive, quick, and provides solid protection. I will admit that this spot was hotly contested, however. If you’re not happy with Panda, try Avast! free edition or Microsoft Security Essentials.

Best Browser: Google Chrome

netbook software applicationsHonestly, there wasn’t much of a contest here. Google Chrome is incredibly light on system resources and does almost everything that you could want a browser to do.

I have occasionally run into websites that failed to support Chrome properly, but you can always keep a backup of Internet Explorer installed for those very rare situations.

Best Desktop Enchancement: 360Desktop

netbook software applications

Netbooks have small displays. This is a disadvantage that is common in small devices, and one that can feel very limiting. Fortuantely, 360Desktop can help you get around this problem. No, it doesn’t magically make your display larger, but it does virtually enlarge it and provides the ability to scroll across it. This provides you with more usable space on the same small display.

Best Office Suite: Google Docs

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The decision to include Google Docs as the pick for best netbook office suite, rather than OpenOffice/LibreOffice or any other contender, is related to the small footprint of Google Chrome. If you’re already using Chrome on your netbook, as recommended, it only makes sense to use Google Docs. This has a very low impact on system resources but provides common office suite functionality.

Best Image Editor: Fotograpfix

netbook applications

There are a lot of image editing programs to choose from these days, but out of all of them I think Fotograpfix is the best for netbooks. Although the program isn’t very pretty, and doesn’t match the functionality of GIMP, Fotograpfix does include all the basic image editing features. It’s absurdly light, as well – if Windows Task Manager can be trusted, it typically uses less system resources than Mozilla Firefox with a single tab open. That’s not bad at all!

Best Resource Monitor: TinyResMeter

netbook applicationsSystem resources on a netbook are important. They’re the entire reason I’m writing this blog post. With only so much to go around, you need to keep tabs on what is available and what isn’t.

TinyResMeter is a great way to do that. This light, customizable application provides information about your netbook without consuming much resources itself. It can monitor a huge range of variables including not only common items, such as available RAM, but also more obscure information such as current hard drive disk speed.
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Best Game Platform: Impulse

Steam generally takes the cake when it comes to gaming on a PC, but it can be a bit unwieldy on a netbook. Steam itself always runs in the background, and I’ve found that during sales the pop-up Windows loaded by Steam can take some time to appear on a netbook.

Impulse is a solid alternative that provides many of the same functions. Although the game selection and social networking features aren’t as good as Steam’s, Impulse has an advantage – it can be shut off completely, and you can still play the games you purchased. Impulse also has a good selection of obscure indie titles that tend to be less demanding on system resources.

Conclusion

Obviously, there is always going to be some debate about the programs that are best for netbooks. There are also a lot of categories of software – I covered those I think most relevant, but if you have a favorite program that wasn’t included here, please post it in the comments.

Image Credit: Ward’s Kitchen


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