quarta-feira, 23 de abril de 2008

Letras de Câmbio: alternativa em renda fixa com melhor rentabilidade

Quarta-feira, 23 de abril de 2008, 06h00

Letras de Câmbio: alternativa em renda fixa com melhor rentabilidade

O funcionamento de uma letra de câmbio é simples: é um título lastreado em empréstimos de financeiras

Yolanda Fordelone - AE

O investidor que se considera conservador tem muitas mais alternativas além das tradicionais aplicações em cadernetas de poupança e em fundos de renda fixa. Para aqueles que não querem aplicar em ações, há uma terceira alternativa de pouco risco chamada de Letras de Câmbio, que oferece a vantagem de ter maior rentabilidade dentre as opções de renda fixa.

“Tem havido boa procura dos investidores que saem da caderneta e buscam melhor rentabilidade com a letra de câmbio”, relata a assessora da diretoria da Dacasa Financeira, Aparecida Kampke. Apesar do nome pouco conhecido, o funcionamento de uma letra de câmbio é simples. O título está lastreado nos empréstimos que a financeira faz aos clientes. “É o CDB [Certificado de Depósito Bancário] das financeiras”, diz.

A diferença é que o CDB é um título de renda fixa emitido pelos bancos. A remuneração das Letras, segundo especialistas, é maior do que a dos CDBs. “A Selic (taxa básica de juro) é parâmetro para os bancos determinarem os juros dos CDBs. As financeiras pagam um pouco mais”, explica o gerente do setor de captação da Sul Financeira, Jorge Angeli. A remuneração pode ser prefixada ou pós-fixada e, segundo Angeli, varia entre 13,5% e 14% ao ano.

Investidor consegue aplicar em Letra com R$ 500

A quantia mínima de investimento varia de acordo com a financeira, mas a Letra pode ser comprada a partir de R$ 500. Os interessados precisam apenas fazer o cadastro na financeira escolhida e negociar a rentabilidade do título.

O prazo de resgate é definido na compra. “Em geral, é de um ano”, diz Angeli. Mas, se o investidor precisar da quantia investida antes do vencimento, pode solicitar o resgate. Nesse caso, a rentabilidade será calculada de acordo com o prazo que a pessoa ficou com o título. Segundo o especialista, o prazo de um ano é vantajoso para o investidor porque é possível pagar uma menor alíquota de Imposto de Renda.

A tributação é feita como em uma aplicação de renda fixa. Até 180 dias, a taxa é de 22% da rentabilidade. Para períodos entre 181 e 360 dias ela cai para 20%. Se o investidor ficar com o título entre 360 e 720 dias, o IR diminui para 17,5%. A menor taxa, de 15%, é cobrada para investimentos acima de 720 dias.

No caso do resgate ocorrer em menos de 30 dias, será cobrado também o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), que diminuiu de acordo com os dias que o investidor ficou com o título. “Recomendo aplicações de pelo menos seis meses, pois se o investidor ficar com a Letra por menos tempo que esse irá pagar a mais taxa”, indica o gerente do setor de captação da Sul Financeira, Jorge Angeli.

Antes de investir, conheça a financeira

O primeiro passo para aqueles que se interessaram no investimento é saber se a financeira em que se pretende aplicar é confiável. Para isso, Kampke diz qual é o passo a passo: “O investidor deve entrar no site do Banco Central e verificar se a financeira está cadastrada. Depois deve conferir se ela é custodiada na Cetip [Câmara de Custódia e Liquidação]”. Além disso, é importante conhecer a financeira e ver qual é o tempo de atuação dela no mercado.

A Letra de Câmbio é garantida pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Isso significa que se a financeira falir ou houver algum outro problema no resgate o investidor consegue reaver até R$ 60 mil. “Temos 1.500 clientes que aplicam em Letras e 90% investem dentro dessa garantia”, recomenda Angeli

Nenhum comentário:

Minha lista de blogs