sábado, 26 de abril de 2008

Após semana tranqüila, agenda carregada nos EUA promete volatilidade


Por: Rodolfo Cirne Amstalden
25/04/08 - 20h45
InfoMoney

SÃO PAULO - A semana foi relativamente tranqüila para a renda variável brasileira. "O Ibovespa está andando de lado", afirma Celso Yoshida, analista gráfico da corretora Solidez. "No curto prazo, estamos restritos a um processo de acumulação".

Já no médio prazo, Celso aponta alguns caminhos interessantes. "Se passar dos 65.689 pontos, o índice vai pegar força, podendo chegar próximo dos 70 mil". E do lado ruim? "Algo abaixo de 63 mil pontos; aí o índice pode perder o bom momento". Nessa encruzilhada, o analista da Solidez prefere o otimismo: "para mim, o mercado é de alta".

Pode até ser. No entanto, para confirmar a tendência favorável, as bolsas terão que sobreviver à próxima semana. Uma agenda peculiar, bastante carregada, concentra boa parte da ansiedade em relação aos dados da economia norte-americana.

"Nos EUA, tem primeira prévia do PIB, tem decisão sobre juros, tem núcleo do PCE, tem relatório de emprego". A analista da corretora SLW Kelly Trentin descreve uma extensa lista.

Tudo sobre os EUA
Em meio a tantas observações, qual é o evento mais importante na agenda? "Acho que o principal é o PIB do primeiro trimestre", avalia Kelly. Ela lembra que "todo mundo está curioso para saber a magnitude da desaceleração norte-americana".

A reunião do Federal Reserve também é relevante, sem dúvida. "Porém, o mercado sabe que não há mais muito espaço para reduzir juro". Já são 3 pontos percentuais a menos desde agosto de 2007; restam poucos graus de liberdade ao Banco Central norte-americano. E a inflação continua a incomodar.

"Em primeiro plano, vimos o Fed tentando conter a desaceleração econômica e socorrer os bancos. Contudo, nem por isso os preços deixaram de ser monitorados", explica a analista da SLW. Kelly pede "atenção ao núcleo do PCE, que mostra a inflação desacelerando na margem, mas ainda bastante alta".

Por fim, ênfase também ao relatório sobre o mercado de trabalho norte-americano, programado para sexta-feira (2). "É um indicador crucial nesse momento, especialmente após duas quedas consecutivas nas vagas de emprego".

No que acreditar?
Celso Yoshida admite que uma agenda repleta de indicadores traz bastante volatilidade ao mercado. Mas, como analista gráfico, ele tem que acreditar no que os pontos estão dizendo. "E os pontos dizem que o Ibovespa tende a continuar andando de lado na próxima semana".

Kelly Trentin reconhece que o mercado parece ter deixado um pouco as preocupações frente à hipótese de recessão nos EUA. Mas, como fundamentalista, ela tem que acreditar no que a economia está dizendo. "A agenda da semana que vem traz toda a turbulência de volta".

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