Meirelles defende racionalidade na economia
| 10.04.2008 | 21h51
Por Fernando Nakagawa
Agência Estado O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, fez hoje uma defesa da racionalidade na economia. As afirmações foram feitas a poucos dias da reunião de abril do Comitê de Política Monetária (Copom) que, para os analistas do mercado financeiro, vai elevar o juro em pelo menos 0,25 ponto porcentual. "Esse trabalho exige racionalidade. Não pode ser apaixonado porque se você coloca emoção, opinião ou ideologia, não entende o que acontece", diz.
Em evento de premiação do AE Projeções em São Paulo, Meirelles pediu que os analistas não usem a opinião pessoal e a ideologia no trabalho com os números da economia brasileira. "É importante termos previsões confiáveis. Ainda mais no Brasil, um País de debate apaixonado."
Ao defender esse pragmatismo, o presidente do BC disse que a melhor decisão na economia é aquela que "traz o bem comum, que cria condições para o país progredir".
Ele se disse "impressionado" com algumas projeções de setores da economia brasileira que sempre têm diagnósticos semelhantes. O comentário gerou risos na platéia. "Para alguns, o câmbio está sempre baixo, o juro alto e a atividade apontando para baixo", afirmou.
O presidente do BC lembrou do sucesso de um grupo de empresários nos Estados Unidos no início do século passado que se juntou para defender os interesses da categoria. Mas que alguns anos depois, o grupo deixou o discurso de lado e começou a se esforçar para fazer boas previsões econômicas. "Eles viram que o melhor não era fazer a simples defesa dos interesses, mas a defesa através da melhor previsão econômica", disse, ao comentar que com cenários confiáveis, os empresários podem tomar as decisões mais adequadas.
Ele citou também que na China pós-revolução muitas decisões do governo eram tomadas com base na paixão e na ideologia. Isso teria levado o país a "um desastre" na época, disse.
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