sexta-feira, 11 de abril de 2008

Tem muita gente aguardando o Copom, o fim da crise, a semana que vem

Tem muita gente aguardando o Copom, o fim da crise, a semana que vem

Por: Rodolfo Cirne Amstalden
11/04/08 - 20h55
InfoMoney

SÃO PAULO - Normalmente, o foco da semana pertence aos EUA. Mas esta que vem se opõe ao hábito, graças à reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) mais esperada dos últimos meses. "Tem muita gente aguardando a elevação do juro", explica Fausto Gouveia, analista da Win, home broker da Alpes Corretora.

Gouveia está com a maioria, que aposta em um aumento de 0,25 ponto percentual na Selic. Ele vê nesse ajuste uma influência negativa a papéis dependentes de crédito: "setores como o de varejo e o imobiliário já estão sofrendo".

No entanto, não há grandes motivos para preocupação. "Um acréscimo de 0,25 ou 0,50 ponto percentual é pouco para comprometer o nível de consumo", julga o analista da Win. Seria mais no sentido de um pouso suave? "Não acho. Como pousar se a gente nunca chegou a decolar de verdade".

O juro está só contra os preços
Mesmo sem decolar, a economia brasileira mostra um sintoma típico do superaquecimento. "A inflação hoje é um problema um pouco preocupante, sobretudo nos alimentos", considera Alexandre Marques, analista da Elite Corretora.

Ele não chega a crer em um ajuste de 0,5 ponto percentual no juro básico, mas enfatiza que o Banco Central está bastante atento à inflação futura e à expansão do volume de crédito.

Alexandre lamenta que, no Brasil, o juro parece ser a única ferramenta para perseguir a estabilidade dos preços. "Não podemos contar com a disciplina do orçamento público, pois o governo é muito gastão".

Inflação também nos EUA
A inflação, entretanto, não é um temor restrito ao âmbito doméstico. Nos EUA, o PPI e o CPI pedem atenção durante a próxima semana. Os preços ao produtor e ao consumidor norte-americano podem perturbar o mercado. "Não acredito em boas divulgações", diz Fausto Gouveia.

Alexandre Marques lembra que o Producer Price Index e o Consumer Price Index são "sinais importantes para identificarmos o limite de redução da Fed Funds Rate". O Banco Central dos EUA também caminha até onde a inflação permite.

Até onde permitirem
Segundo o analista da Win, "entre um dado bom e outros ruins, ficamos dentro de panorama contraditório, que estimula a volatilidade". O Ibovespa mostra bem isso; flertes com patamares inéditos nunca confirmados.

"Está difícil superar os 65 mil pontos", reconhece o analista da Elite. Ele percebe o mercado ainda assustado, muito sensível à realização de lucros. "O negócio é aguardar sinais seguros de que a crise caminha para o fim". O negócio é esperar, ao menos até a próxima semana.

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