São Paulo, 26 de Junho de 2008 - O bom humor no mercado externo com a queda no preço do barril do petróleo e a manutenção da taxa básica de juros norte-americana em 2% ao ano promoveu uma sessão de alta na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e fez o dólar comercial romper pela primeira vez em nove anos o patamar psicológico de R$ 1,60.
O preço do barril de petróleo WTI, negociado em Nova York, fechou em baixa de 1,8% para US$ 134,50, após ter despencado 3% durante o pregão. O recuo no preço da commodity somado à manutenção na taxa de juros norte-americana levou as principais bolsas dos Estados Unidos a fechar o dia em alta. O índice Dow Jones subiu 0,04%, o índice SP&500 avançou 0,59% e a bolsa eletrônica Nasdaq teve acréscimo de 1,39%. A Bovespa seguiu a tendência norte-americana e terminou o dia em alta de 2,63%, nos 65.853 pontos. O volume financeiro somou R$ 6,55 bilhões.
No mercado de juros futuros negociados na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), a divulgação do relatório trimestral de inflação balizou as operações. O principal destaque do relatório foi a estimativa do Banco Central de que a inflação possa superar o teto da meta de 6,5% este ano. Aumentando as preocupações em torno da inflação, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) referente ao mês de junho apresentou alta de 0,9%, muito acima da previsão do mercado de 0,78%.
A maioria das projeções de juros embutidas nos contratos de Depósitos Interfinanceiros (DI) negociados na BM&F encerraram o dia sinalizando alta. O DI de janeiro de 2010, o mais negociado, apontou taxa anual de 14,81%, contra 14,76% do ajuste anterior. O DI de janeiro de 2009 fechou com taxa anual de 13,22%, ante 13,19% do último ajuste. Janeiro de 2012 fechou com juro anual de 14,73%, contra 14,67% do ajuste anterior.
No curto prazo, os contratos encerraram o dia com estabilidade. Para resgate em julho deste ano, a taxa ficou em 12,08%, ante 12,09% do ajuste anterior. Outubro apontou taxa de 12,63%, ante 14,62% do ajuste anterior.
No mercado de câmbio, o forte ingresso de recursos externos derrubou o dólar comercial para patamar abaixo de R$ 1,60. É o menor patamar do dólar desde 20 de janeiro de 1999. A moeda encerrou o pregão em baixa de 0,62%, cotada a R$ 1,592 na venda e R$ 1,590 na compra. A divisa acumula perdas de 0,7% na semana, 1,8% no mês e 9,67% no ano.
"Dois fatores contribuíram para a queda do dólar: a melhora do humor no mercado externo e a própria fraqueza da moeda. O fato de o Fomc ter mantido a taxa básica de juros nos Estados Unidos ajuda ainda mais a desvalorização da moeda", avalia o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa.
"Uma vez que o dólar rompeu a barreira de R$ 1,60, a tendência é cair ainda mais", disse o gerente de câmbio do banco Prosper, Jorge Knauer.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)(Ana Cristina Góes)
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