Amity Shlaes
Toda crise tem seus heróis. Há meses ouvimos falar de Walter Bagehot, cuja restrição, no Século XIX, à "livre" concessão de recursos em período de pânico foi mencionada pelo Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) nos seus programas de socorro. Já outro inglês, John Maynard Keynes, foi trazido para o centro das atenções. Keynes ensinou que os gastos, em especial os gastos de consumidores, são a saída de uma retração econômica. Desde os cheques de estímulo de baixo valor do verão passado nos EUA, até os projetos de infra-estrutura em consideração pelo presidente eleito Barack Obama e os democratas no Congresso, quase tudo o que o governo fez ou quer fazer é justificado por Keynes.
Isto é problemático. Isso porque as soluções de Keynes geralmente não conseguem trazer resultados benéficos, nem mesmo aceitáveis.
Os limites começam a aparecer com o menor dos estímulos, aqueles cheques do governo que os americanos receberam no correio na primavera passada. A idéia foi que a posse do dinheiro animaria os consumidores, levando-os a retomar as compras, ajudando o varejo. Isso, por sua vez, reanimaria atacadistas, transportadoras e fornecedores, numa corrente até a linha de produção.
Mas este estímulo fracassou, como observam Joel Slemrod e Matthew Shapiro, da Universidade de Michigan. Entrevistas com consumidores revelaram que apenas 20% disseram que gastariam o seu dinheiro.
As taxas de poupança monitoradas pelo Escritório de Análise Econômica pareciam confirmar isso, já que cresceram na época em que os cheques foram remetidos. Slemrod e Shapiro não ficaram surpresos. Eles passaram boa parte das suas carreiras documentando planos de estímulo fracassados. O estudo deles sobre os efeitos do plano de estímulo de 2001 de Bush foi tão desfavorável que seria razoável supor que Washington jamais o repetiria. Mas repetiu.
Um motivo para os consumidores não gastarem é que eles não reagem instantaneamente, como Keynes postulou que fariam. Eles preferem seguir a teoria de um economista muitas vezes apresentado como o anti-herói do momento: Milton Friedman. A teoria da renda permanente de Friedman afirmava que, ao irem às compras, os consumidores consideram o seu futuro todo, não só o seu estado de ânimo. Se as expectativas de rendimento para a vida inteira caem, o mesmo acontecerá com os gastos. Esse comportamento também acompanha a realidade. Muitos de nós estão começando a se perguntar se algum dia conseguiremos recuperar o que pagamos por nossas moradias.
O que dizer, no entanto, sobre o plano de estímulo mais amplo, do tipo que o presidente eleito Barack Obama está considerando? A idéia é ressuscitar o "New Deal" de Franklin D. Roosevelt e gerar postos de trabalho por meio da construção de novas pontes ou estradas. Obama também mencionou um tipo de corpo civil para os jovens que, se você entende o sentido, poderia estar envolvido em alguns destes projetos. Isso deriva do New Deal e do Corpo Civil Conservacionista de Roosevelt.
Os keynesianos diriam que essas iniciativas farão a economia retornar à vida, gerando empregos e substituindo a infra-estrutura em frangalhos.
Outros argumentariam que os ganhos de produtividade que seriam obtidos com um programa de infra-estrutura também são consideráveis. Esta é a opinião do estudioso Alexander Field, que estudou o "New Deal" e concluiu que o setor privado se beneficiou enormemente dos seus projetos de construção. Afinal, quando o governo fornece uma ponte do ponto A e do ponto B, a transportadora pode entregar os produtos entre A e B mais rápido. O projeto pode ser público, mas as suas conseqüências também rendem lucros.
A melhor evidência favorável ao argumento do gasto com infra-estrutura não procede de um democrata, mas sim de um republicano: o Sistema Nacional de Estradas de Eisenhower. A contradição aqui é que a ênfase sobre iniciativas do governo nos anos 1950 criou uma década monótona que reprimiu a inovação.
Além disso, precisamos perguntar: o que se perde quando Washington destina recursos a esses projetos rodoviários? Um problema é que um plano de estímulo e uma provisão de recursos são termos perigosamente similares. Algumas vezes o governo desperdiçará os seus recursos com pontes que os donos de caminhões não usarão - a nova "ponte a lugar algum".
O fato mais impressionante sobre a nova corrida para gastar é que seus defensores têm insistido em evocar o New Deal. Eles tendem a atenuar o período em que a frase "somos todos keynesianos agora" foi realmente proferida pela primeira vez: em meados da década de 1960 (proferida por Friedman, na verdade, apesar de sua intenção ter sido apenas a de dizer que todos nós trabalhamos nos termos do léxico keynesiano).
A "Grande Sociedade" daquele período foi o mais consumado experimento keynesiano, e ele não funcionou muito bem. Um exemplo é o Vista, o Corpo de Paz nacional daquele período. O Vista obteve resultados ambíguos e foi renomeado e remodelado várias vezes desde então. Seu nome por extenso, "Volunteers in Service to América" (Voluntários a serviço da América), se molda perfeitamente numa descrição dos programas para jovens que o grupo de Obama havia descrito.
Os líderes dos anos de 1970 e 1980 - Nixon, Ford, Carter, Reagan e Paul Volcker - foram obrigados a conviver com as conseqüências da Grande Sociedade. Os postos de trabalho que Keynes enfatizou debandaram: os EUA se acostumaram com elevados níveis de desemprego.
Se estivessem vivos, Bagehot e Keynes teriam se defendido. Bagehot, por exemplo, diria que ele considerava o Banco Central como um emprestador de última instância, não o emprestador de primeira instância. Keynes observaria que ele atuou num mundo com padrão-ouro, ou tentava atuar, não no nosso arranjo de câmbio-flutuante-à-exceção-da-China.
A questão importante a reconhecer é que o histórico de iniciativas adotadas em nome dos economistas é ambíguo. Tente esta frase: "Não somos todos keynesianos agora".
Becoming Solution-Focused in Our Trading
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*Additional Note: 11/13/24: We can't be solution-focused in our trading
if we're living our lives in problem-focused mode. A solution-focused life
m...
Há 4 dias
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