quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Pessimismo cai nos EUA e sobe no Brasil

Eric Martin
Da Bloomberg News

Os investidores dos Estados Unidos e da Alemanha ficaram menos pessimistas com relação à evolução das ações nos próximos seis meses depois que o presidente eleito dos EUA, Barack Obama, propôs a maior investida de gastos em obras públicas desde a década de 1950 para tirar a economia americana da recessão, segundo revelou pesquisa realizada entre os usuários da Bloomberg. O pessimismo aumentou em França, Brasil, Japão, Espanha, Suíça, Reino Unido e México, segundo a Pesquisa Bloomberg Professional de Confiança Mundial realizada entre 2.374 usuários. Apenas na Itália os executivos previram altas das ações, segundo o levantamento, realizado de 8 a 12 de dezembro.

O S&P 500 subiu 21 % em relação a 20 de novembro, quando registrou sua maior baixa dos últimos 11 anos, puxado pelas compras ávidas de ações por parte dos investidores, ao preço mais baixo desde 1995, e pelo anúncio de Obama de que impulsionaria os investimentos em estradas, pontes e edifícios públicos. O indicador deu um salto de 5,1% na quinta-feira, depois que o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) reduziu sua taxa básica de juros para seu nível mais baixo de todos os tempos, dentro de uma banda de flutuação de 0 a 0,25%.

"Todas as medidas que vimos, desde a redução dos juros aos anúncios de gastos públicos, pretendem estimular o nível de atividade, manter a economia em movimento e restabelecer a confiança entre os bancos", disse Juan Carlos Acitores, co- gestor de US$ 20 bilhões na Ahorro Corporación de Madri e participante da pesquisa. "Elas vão ajudar os mercados financeiros a voltarem à normalidade. Os governos e órgãos reguladores estão mesmo promovendo uma injeção de oxigênio."Todos os índices dos mercados de capitais dos 10 países cobertos pela pesquisa despencaram mais de 25%, uma vez que o temor de que o congelamento dos mercados de crédito vá aniquilar os ganhos ceifou US$ 29 trilhões em valor de mercado das ações no mundo inteiro.

As empresas financeiras registraram US$ 1 trilhão em prejuízos e baixas contábeis desde o início de 2007. O S&P 500 recuou 38%, e se encaminha para registrar sua maior retração anual desde 1937.O índice Bloomberg de confiança aumentou 7,2% nos Estados Unidos, para 38,25 pontos. Um cômputo inferior a 50 pontos indica que os investidores prevêem que as ações vão cair nos próximos seis meses, enquanto um total de mais de 50 pontos revela uma expectativa de alta.

A pontuação da Alemanha, a maior economia da Europa, subiu 14%, para 39 pontos. Os parlamentares do país aprovaram um programa de 32 bilhões de euros (US$ 45 bilhões) de medidas de estímulo, enquanto o governo instaurou um fundo de 400 bilhões de euros para garantir os empréstimos bancários.

O grau de confiança nas bolsas teve sua maior queda no Brasil, onde recuou 18%, para 45,45 pontos, em vista da desvalorização das cotações do níquel e da soja, gerada por sinais de que o aprofundamento da recessão mundial reduzirá a demanda. O Ibovespa brasileiro despencou 37% este ano. O grau de otimismo recuou 3,7 % no México, para 48,16 pontos.Os países em desenvolvimento foram os que se saíram pior este ano. O Índice MSCI Emerging Markets despencou 53 por cento, queda superior à de 42 % computada pelo indicador da MSCI Inc. de 23 mercados desenvolvidos. A depreciação foi movida pelo temor de que as recessões vão restringir a demanda pelas matérias-primas exportadas.

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