domingo, 13 de abril de 2008

Reunião do Copom é o destaque econômico da semana

FLAVIO LEONEL E FRANCISCO CARLOS DE ASSIS - Agencia Estado
SÃO PAULO - A reunião de abril do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central é o evento mais importante e aguardado na agenda econômica doméstica desta semana. O encontro, que começa na terça-feira e termina na quarta-feira, reserva um tom de expectativa e uma divisão de opiniões que não eram vistos há tempos pelo mercado financeiro. A avaliação da maioria esmagadora dos economistas é de que o Comitê promoverá o primeiro aumento da taxa básica de juros do País, a Selic, desde maio de 2005. As diferenças estão concentradas apenas na maneira como deverá será feita esta elevação.

Conforme levantamento realizado pela Agência Estado, 49 de 50 instituições consultadas esperam alta da Selic na reunião de abril. Destas, 41 prevêem elevação de 0,25 ponto porcentual da taxa, atualmente em 11,25% ao ano, enquanto um grupo menor, de oito instituições, arrisca uma projeção mais forte, de elevação de 0,50 ponto. Para ambos os grupos, as sinalizações que o BC vinha dando sobre a conduta da política monetária, como as divulgações recentes da ata da reunião do Copom de março e o Relatório Trimestral de Inflação, ganharam, com a alta do IPCA de março, um ingrediente importante ou decisivo para a consolidação das expectativas do mercado.

Quanto às expectativas para a Selic no final do ano, a diferença em relação à véspera da reunião de março do Copom é enorme. Se, no mês passado, apenas 12,28% das 57 instituições que disponibilizaram as estimativas para o encerramento de 2008 aguardavam uma taxa maior do que a atual de 11,25%, em abril, 100% das 43 casas que informaram as previsões de final de ano adotaram essa postura.

Pesquisa Focus - Essa mudança de cenário observada no levantamento poderá ser vista também na pesquisa Focus, que o Banco Central divulgará amanhã. No último levantamento do BC, a mediana das expectativas já mostrava Selic de 11,50% para abril e de 12,50% para o final de 2008. Além deste dado importante, a sondagem deve trazer alterações de destaque para o IPCA.

Balança Comercial - Também amanhã, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) anunciará os números da balança comercial brasileira na segunda semana de abril. Na primeira parcial do mês, houve um superávit de US$ 842 milhões. No período, as exportações somaram US$ 2,634 bilhões (média diária de US$ 658,5 milhões) e as importações atingiram US$ 1,792 bilhão (média diária de US$ 448 milhões).

Pesquisa de Comércio - Na terça-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará a Pesquisa Mensal do Comércio de fevereiro. Após uma forte expansão de 1,80% nas vendas de janeiro sobre dezembro do ano passado, o mercado trabalha com um número bem menor no mês seguinte e não descarta até uma queda na margem, por conta do calendário. Quanto ao confronto com fevereiro de 2007, é consensual que o ritmo aquecido deve continuar no setor e não será surpresa se for anunciada uma expansão semelhante à de janeiro, de 11,80%, sobre o mesmo período do ano anterior.

Indicadores de Inflação - Na seqüência da agenda doméstica nacional, há apenas indicadores de inflação. Na quarta-feira, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) trará o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da segunda quadrissemana do mês. Na sexta-feira, a mesma instituição informará o Índice Geral de Preços Versão 10 (IGP-10) de abril; e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulgará o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da segunda quadrissemana de abri na capital paulista. Nas pesquisas imediatamente anteriores, as variações destes três indicadores foram de 0,64%, 0,61% e 0,38%, respectivamente. Para as três divulgações da próxima semana, boa parte do mercado financeiro projeta números com leves oscilações, para cima no caso dos índices ao consumidor, e para baixo em relação ao IGP-10.

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