segunda-feira, 30 de junho de 2008

Mercado foca petróleo e emprego nos EUA

CMN deve manter meta de 4,5% para inflação em 2010

Após uma semana agitada, o mercado financeiro terá uma agenda menos carregada de eventos nos próximos dias. Um dos pontos fora da pauta que podem mexer com os mercados internacionais é o preço do barril de petróleo, que tem batido recordes e preocupado os analistas e os investidores.
Na semana passada, os dirigentes do Fed (o banco central dos EUA) se reuniram e anunciaram a manutenção da taxa básica do país em 2% ao ano. A decisão não chegou a incomodar o mercado.
Um dia que tende a ser muito intenso no mercado é a quinta-feira, quando haverá a divulgação de importantes dados do mercado de trabalho dos EUA.
"Nesse mesmo dia ainda será divulgada a decisão de juros da zona do euro, podendo trazer novos prognósticos para a política monetária na região", avalia a equipe de analistas da Coinvalores.
Com o atual cenário de pressão inflacionária assustando o mundo, analistas contam com a possibilidade de os bancos centrais começarem a subir suas taxas em um futuro próximo. E um cenário desses seria negativo especialmente para as Bolsas de Valores.
Os dados do mercado de trabalho americano são muito relevantes por serem um precioso sinalizador do ritmo em que se encontra a maior economia do mundo.
"O relatório de emprego deverá confirmar o quadro de fraqueza nas condições do mercado de trabalho nos EUA. Os analistas de mercado prevêem que a taxa de desemprego fique em 5,4% em junho e que haja nova retração nos postos de trabalho, a sexta consecutiva", diz Elson Teles, economista-chefe da corretora Concórdia.
Na quarta-feira, vão ser divulgados nos EUA dois dados também relevantes: encomendas da indústria e a posição dos estoques de petróleo e derivados, como a gasolina.
O barril de petróleo, que superou a barreira recorde de US$ 140 em Nova York na sexta-feira, tem sido uma preocupação crescente para as economias, especialmente a americana. O impacto da alta do preço do petróleo na inflação preocupa o mercado.

Inflação
A inflação também tem se tornado uma preocupação cada vez mais forte no Brasil. Na sexta-feira, foi divulgado o IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), que bateu em 1,98% no mês, sendo esta a mais elevada taxa desde fevereiro de 2003.
Na quinta-feira, vai ser apresentado o IPC da Fipe. A expectativa é que o índice tenha ficado em 0,90% no mês.
Com a inflação em rota ascendente, os analistas não esperam que o Banco Central tome nenhuma nova medida para tentar conter o câmbio. Isso porque o dólar depreciado é um fator a menos de contaminação sobre os preços. Se o dólar está em alta, os preços de produtos que contêm insumos importados acabam por sofrer pressão.
Nas operações de sexta, o dólar encerrou a R$ 1,595, com baixa anual de 10,24%. A moeda americana está hoje em seus mais baixos níveis desde janeiro de 1999.
Na agenda nacional de hoje, está a reunião periódica do CMN (Conselho Monetário Nacional). "O CMN anunciará a meta para inflação de 2010, que deverá ser mantida em 4,5%, provavelmente com a mesma margem de tolerância atual de 2 pontos", diz Teles.
"No front interno, dados da indústria serão divulgados ao longo da semana. A volatilidade deverá continuar presente e o ambiente internacional deverá manter o clima de cautela na Bolsa paulista na semana", diz a Coinvalores.

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