A decisão do Banco Central de manter inalterada a taxa Selic, em 13,75%, já era esperada pela maioria e foi vista com bons olhos tanto pelos analistas do mercado financeiro quanto pelos empresários. As opiniões se dividem, no entanto, no que diz respeito aos próximos passos da autoridade monetária.
Elson Teles, economista-chefe da Concórdia Corretora de Valores, avalia esta foi a decisão mais "sensata", dada a forte instabilidade nos mercados financeiros e de crédito internacionais e da perspectiva de que o mundo poderá entrar em recessão. "Ao fazer isso, o Copom estará se permitindo um tempo maior para que os desdobramentos da crise externa sobre a atividade econômica doméstica e, sobretudo, sobre a inflação possam ser mais bem compreendidos e avaliados".
Ele disse ainda que acredita que a ata da reunião (que será divulgada na quinta-feira da próxima semana) deverá manter um discurso austero, sinalizando para a possibilidade de uma retomada no processo de alta na taxa Selic caso o cenário prospectivo para a inflação venha a se deteriorar. "Dessa forma, ao reiterar o seu compromisso com o regime de metas para a inflação, o Copom estará contribuindo para reforçar o processo de ancoragem das expectativas".
Já Alfredo Moraes, presidente da Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima), avalia que o mais correto, além de manter a Selic, seria a adoção do viés de baixa. Com isso, o presidente do Banco Central teria o poder de reduzir a taxa sem a necessidade de convocar nova reunião.
Para ele, o grande risco para o país é ocorrer um estrangulamento do mercado de credito, o que prejudicaria bastante as empresas. "O momento é de grande indefinição e justificaria a adoção do viés", afirma.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) considera que a medida "não favorece o país", mas ressalta que "a manutenção da Selic em 13,75% ao ano deve ser bem recebida pela sociedade brasileira, desde que seja vista como o início de um processo de queda continuada dos juros, fator essencial à retomada do crédito evitando assim uma maior freada da atividade econômica no Brasil"
A Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib) considerou "coerente e responsável" a manutenção da taxa. "Atualmente, tão importante quando manter a inflação sob controle é agir para manter níveis razoáveis de crescimento econômico neste e no próximo ano - o que não significa atentar para um e descuidar do outro".
Para o Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), a decisão de hoje abre a possibilidade para futuro corte na Selic, já na próxima reunião, marcada para dezembro, caso a crise financeira se agrave.
A Fecomércio do Rio de Janeiro considera que o BC mostra estar atento à gravidade da crise, mas que a autoridade poderia ter optado pela queda da taxa. "Se as altas anteriores da Selic vinham sendo compensadas pelo alargamento dos prazos dos financiamentos, agora, com a crescente aversão ao risco e a baixa liquidez o impacto dos juros será maior".
Mais enfática, a direção Nacional da Força Sindical afirmou que a decisão foi insensata. "Esta medida é perversa e frustra os trabalhadores que esperavam não ser novamente punidos pelos tecnocratas do governo".
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