terça-feira, 28 de outubro de 2008

Otimista, Coutinho diz que Brasil vai crescer 4,8%, na média, de 2009 a 2012

De Campinas

O presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, mostrou ontem otimismo quanto à capacidade de o Brasil resistir à crise financeira global, apostando que o país não passará por uma forte desaceleração da atividade econômica em 2009. Falando para uma platéia de executivos, durante o 19º Congresso Nacional de Executivos de Finanças (Conef), realizado em Campinas, Coutinho tentou passar uma mensagem de confiança aos empresários, dizendo que, apesar do nervosismo das últimas semanas, os fundamentos da economia brasileira continuam muito robustos. "O sistema bancário é ultra-sólido, a sociedade tem capacidade de consumo e o sistema empresarial é sólido e rentável, com condições para absorver essas perdas e continuar crescendo", enumerou ele, para quem o país deve crescer 5,5% neste ano e 4,8% na média do período 2009-2012.

E em 2009, a expansão deve desacelerar para 3,5% ou menos, como prevêem analistas? "Acho que o crescimento para o ano que vem está mais para 4% do que para 3,5%, mas o futuro dirá. O Brasil tem as condições de superar este momento mais difícil", disse.

Coutinho destacou o fato de o Brasil "ter uma fronteira de projetos de infra-estrutura altamente rentáveis". "Além disso, há uma disposição muito firme do governo de sustentar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o investimento em infra-estrutura", afirmou. "Essa sustentação dos investimentos dará o suporte mínimo para o crescimento da economia", argumentou. Coutinho também fez questão de ressaltar a importância do mercado interno, um trunfo num momento em que a economia global passará por uma forte desaceleração.

Ele deixou claro que, se houver travamento do mercado de crédito, o BNDES atuará com mais força para garantir que o ciclo de investimentos não seja interrompido. Não se trata de algo planejado pelo banco, mas uma necessidade criada pelas circunstâncias.

Coutinho insistiu que o BNDES não ajudará nenhuma empresa exportadora que perdeu dinheiro com derivativos. "O BNDES não está fazendo operações de socorro, o BNDES não é hospital." Segundo ele, as empresas terão de arcar com os prejuízos, devendo negociar com os bancos privados.

Coutinho disse, porém, que, uma vez feito isso, o BNDES poderá conceder empréstimos a essas empresas para projetos de exportação e investimento, mas sempre com base nas condições oferecidas pelo banco a qualquer empresa. "Isso significa um pouco mais de pressão sobre o nosso funding, mas nós temos condições de equacionar isso sem sacrificar o essencial, que é a sustentação do investimento", disse ele, segundo quem a demanda por empréstimos no BNDES continua forte, mesmo com o crise financeira global.

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